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    Hecatombe.

    março 18, 2017 • Honorato, Sandro
    Hecatombe.
     
    Estou cansado de você lembrar que somos amigos quando você precisa de mim para algo.
    Cadê a reciprocidade?
    Não deveríamos ter uma relação de interesse unilateral.
    Por que não fazemos assim: Você me pede qualquer coisa e em troca você vai ler esta carta até o final?Por você eu mudei meu vocabulário infantil e cheio de manias e vícios de linguagem para ter coragem de puxar assunto contigo.Deixei meu ego de lado para irmos a lugares que você queria ir. Você já me fez companhia a algum dos meus lugares favoritos sem antes ter me dado mil desculpas para desistir e eu as derrubava com mil e um argumentos?

    Perdi as contas de quantas vezes inundei meu travesseiro tentando em vão engolir meu choro.
    Olhava para o teto atordoado em muitas madrugadas depois de acordar do pesadelo que seria perde-la em minha vida.
    Eu não quero estragar tudo igual você está tornando-me um inútil.
    Você não sabe o quanto é doloroso e lindo ao mesmo tempo este sentimento por ti, garota!

    Quantas decepções, angustias, raiva eu não escondia de você com um sorriso do tamanho do mundo na cara antes que você tivesse a chance de me perguntar “Tá tudo bem?”
    Faz muito tempo que estou muito mal, porra.

    Desisti de muitos momentos de paz para lhe ajudar em suas guerras infinitas. Seus problemas familiares, seus períodos conturbados na faculdade, sua busca por emprego e dinheiro…até ouvia você falando de seus affairs. Eu quero tanto te ver feliz que cheguei ao ponto de aceitar te ver em outros braços que não sejam os meus. Mas isso tá me matando e tu sabe.

    Já rabisquei tantos cadernos procurando as palavras, escrevendo poesias e imaginando contos e cenários ideais para descrever o quanto eu a amo.
    Desculpa!
    Eu já tinha falado “Eu Te Amo?”
    Pois bem, acabou de ler o que o mundo já sabia.

    Enfim, quero dizer que vou continuar minha rotina de hecatombes.
    Vou sacrificar-me mil vezes todo santo dia para que você me perceba no meio da multidão. Vou sangrar quantos litros forem necessários para que você estanque meu sangue com sua compaixão.
    Vou te amar como sempre fiz mesmo que seja em vão, afinal, qual súdito não faria tudo isso por sua Deusa?

     
    Escrito qualquer dia destes  quando a coragem chegou.
    AUTOR: HONORATO, Sandro.

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    2 Comentários

  • Nana Barcellos
    31 mar 2017

    Oi Sandro,
    Mais um texto lindo e triste. Acho que mesmo a gente não querendo, acaba mudando por algumas pessoas. Penso que é até meio automático haha
    Só é bom se te faz evoluir.

    tenha uma ótima sexta.
    Nana – Obsession Valley

  • Marina Menezes
    22 mar 2017

    Oi Sandro!

    Quanto tempo eu não passo aqui! Lindo seu poema, é realmente doloroso quando a gente gosta de alguém e a pessoa não corresponde, né? Às vezes a gente chega a gostar tanto que mesmo a pessoa com outra, a gente fica feliz. Paixão é uma coisa meio doda haha'

    Bjs!
    31 de Março

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